"- Sobre o que você quer que eu fale? Sobre minha infância difícil ou como fui abusada sexualmente pelo meu amigo imaginário?
- Sienna, se não levar isto a sério, não poderei ajudá-la.
- Não me lembro de ter pedido a sua ajuda.
- Seu chefe pediu.
A ruiva sentada na cadeira de veludo escuro revirou os olhos.
- Aquele idiota, traidor, babaca e sexualmente impotente? Diabos, o que ele sabe de mim?
- Me conte sobre seus pais.
Seu semblante debochado fechou-se, tornando-se sombrio.
- Não há nada para contar.
- Mas...
- Não há nada para contar. - ela repetiu. - Eles não existem mais, por que perturbar a memória deles?"
- Terapia? Aquilo foi desperdício de dinheiro, se quer saber.
Ela andava pelas ruas, como sempre, com o celular colado ao ouvido.
- Tudo bem - ela olhou o relógio - Estarei aí em 15 minutos.
Ela subiu em sua moto e ajustou a massa de cabelos ondulados em um rabo de cavalo rápido e prático.
"Era só o que me faltava, me abrir sobre os meus pais para uma completa estranha. Mark irá pagar bem caro por isso, aquele desgraçado."