8.3.10

Capítulo 19

- Nunca ameaço quem porta uma arma, Sr. Moore. Ao contrário do senhor, que está insinuando que sou "sagaz" demais e que isso pode me por em perigo, não foi isto que disse, Sr. Moore? - Ele abriu a boca para retrucar, mas ela fora mais rápida - Ao contrário do que insinuou, senhor, você que está ameaçando uma pobre moça que só veio fazer seu trabalho.

Ele fez um muxoxo.

- Repórteres nunca são pobres ou ingênuos, Strife. - Ele colocou novamente os óculos - Você parece ser jovem, Sienna. Quantos anos tem?
- Isso não é pergunta que se faça para uma mulher.
- Bem, não importa. Tem certeza de que quer se meter com esses assuntos, Srta. Strife?
- Absoluta.

Ele suspirou.

- Eu não sou o encarregado deste caso. Quem ficou com ele foi o agente Stone, mas ele está viajando.
- Agente... Stone. - Ela murmurou enquanto escrevia na agenda eletrônica - E você sabe como posso contatar o agente Stone?
- Quem sabe por e-mail? - Moore deu de ombros - Eu e o rapaz não somos muito chegados.
- Pode me dar pelo menos o endereço dele?
- Não seria uma boa ideia, mas posso te dar o telefone do escritório dele.
- Tanto faz.

Ele pegou uma pequena folha de papel do bloco logo ao lado do telefone e anotou alguns números, copiados de uma lista fixada à mesa.

- Aqui está.
- Obrigada, Sr. Moore. Foi um prazer falar com o senhor.
- Disponha.

Ambos se levantaram, e Moore abriu a porta para a repórter, que apenas sorriu como retribuição.

- A propósito - disse ela antes de sair da sala - Tenho vinte e sete anos.

E saiu, andando rápido como sempre. Ela se dirigiu novamente ao balcão de informações.

- Olá, em que posso ajudá-la?
- Hm, olá. Eu estou procurando por um agente... - Ela olhou rapidamente para o papel em sua mão, procurando informações - Oliver Stone.

Ele digitou rapidamente algumas coisas que ela não conseguiu ver.

- Quer marcar uma hora com ele?
- Sim, é isso. Pra quando ele está livre?
- O agente Stone só falará com a imprensa na coletiva dele, na semana que vem.
- Por favor, é muito urgente o que tenho que falar para ele. Se eu não conseguir marcar uma hora, então me dê um telefone de contato.
- Não estou autorizado a fazer isso, senhorita.

Ela passou a mão pelo cabelo nervosamente e suspirou.

- Olha, a única coisa que eu quero é bater um papo rápido com o agente Stone! Ele é o presidente dos Estados Unidos ou algo assim?
- Acho que não.

Ela se virou para a voz por trás de si. Um homem alto e de porte forte, com cabelos castanhos estava atrás de si.

- Você é Oliver Stone?

Capítulo 18

Sienna olhou mais uma vez a porta do elevador, estava começando a se perguntar se seria uma boa ideia se envolver com o FBI. Mas tinha marcado com o agente Moore. Antes que pudesse racionalizar mais uma vez, apertou o botão luminoso com o número 23.

Ela entrou no escritório, e ele não era nada como imaginava. Tinha cores neutras e claras, com mesas em vidro e homens engravatados andando de um lado para o outro. Ela se dirigiu ao balcão de informações onde um jovem, com mais ou menos vinte e poucos anos, também vestido de terno, estava sentado.

- Olá, tenho hora marcada com o agente Moore.

Ele consultou o computador por alguns minutos.

- Senhorita Strife?
- Sim.
- Aqui está - Ela pegou o crachá de visitante que ele lhe ofereceu - Segunda sala à esquerda daquele corredor.
- Obrigada.

Ela pendurou o crachá no tailleur creme que usava e rumou para a sala que lhe apontaram. Ela se lembrava muito bem do agente Moore para não se espantar com o sorriso, que ele julgava ser muito sensual, que ele lhe dirigiu.

Não que ele não fosse bonito, até o era, mas não tanto quanto achava.

- Entre, Srta. Strife. - Ambos entraram e se acomodaram - Eu devo dizer que é uma honra conversar com a senhorita.
- Ah, claro que sim, obrigada. Agente Moore, podemos ir ao que interessa?

Ele sorriu.

- É claro.
- Bom. Dois anos atrás, uma mulher em Connecticut foi achada morta com...
- Mas do que você...?
- Números entalhados em seu corpo assim como as novas mortes ao redor do mundo. O que você acha dessa série de mortes estranhas?

Ela encarou o olhar mortificado do homem.

- O que você quer aqui?
- Falar sobre as mortes que ocorreram pelo país e que agora estão ao redor do mundo. O que você achou?
- Pensei que queria me entrevistar.

É claro que falar de qualquer coisa senão ele em sua entrevista lhe dera um belo golpe no ego.

- E o que parece que eu estou fazendo, Sr. Moore? Vim falar sobre os assassinatos em território nacional.
- E como você soube desse assassinato?
- Bom, tenho muitos amigos. E toda a força que o FBI fez para esconder esse e outros homicídios só atraiu mais atenção. Além de que nenhum serial killer chamaria tanta atenção para si se não tivesse uma certa experiência.

Ele retirou os óculos e os limpou com um lenço que tirara de cima da mesa.

- A senhorita é muito sagaz. Mas isso pode lhe colocar em risco.
- Ah, claro. Isso vindo de um cara que mantinha casos com strippers e prostitutas mesmo que seja casado, faça-me um favor e me diga tudo o que sabe.

Ele a olhou de cima.

- Está me ameaçando, Srta Strife?

Seu sorriso frio o balançou.