5.3.10

Capítulo 16

De jeito nenhum ela deixaria que Rachelle tomasse seu lugar no jornal. Claro que não. Era preciso uma matéria de arrasar. Algo que fizesse as pessoas se interessarem pelo seu artigo, não o de economia.

E para isso ela devia ser muito mais do que só uma repórter. Tinha de se envolver com a matéria e fazer com que as pessoas sentissem o mesmo. Ela podia escrever um livro até. Claro que não seria sobre serial killers e números idiotas.

Olhou pela janela do avião e a única coisa que via era o mar. Na verdade, o voo para Nova York tinha apenas uma hora de duração. Podia se distrair com o livro que comprara ultimamente, "Números e Simbologias". Os números deixados na cena do crime não estavam lá em vão. Talvez pudesse entender o porquê. Não se interessou muito, o livro tratava de números de um jeito supersticioso e os colocava em um altar, não era um bom livro.

E ela sempre soubera que números não têm significado real nenhum, não importa quais os números do dia em que você nasceu ou o ano em que ganhou aquela promoção, números foram feitos para ajudar. Na física, na engenharia e na informática, números relacionados a estrelas e constelações influindo em sua vida e sua personalidade? Não mesmo.

Fora rápida a viagem e ela buscou suas malas, indo para a frente do aeroporto, onde estavam parados diversos táxis.

Fazia muito que não visitava Nova York, mas mesmo assim a cidade não tinha mudado nem um pouco. Pessoas andando pelas ruas com os pés nos chão e as cabeças nos arranha-céus, carros correndo desenfreados e prédio imponentes caindo aos pedaços.

Depois de cinco minutos, conseguira, finalmente, um táxi. Deu ao taxista mal humorado um sorriso irônico.

- 390 na Brodway. Por favor. - Acrescentou com relutância e se recostou no assento do táxi.

O motorista não a ajudou com as malas, quando saiu do táxi. Mas não esperava isso dele, conhecia muito bem a cidade e a natureza humana para esperar alguma gentileza de um cara como aquele.

Ela se virou para o apartamento em cima de uma pequena loja de sapatos e tomou a escada na lateral do prédio. Subiu dois lances de escada e largou as malas na frente de uma simples porta de madeira. Podia-se ouvir a música vinda do apartamento. Ela bateu três vezes na porta e esperou.

Quando a porta se abriu, ela sorriu.

- Dana, querida!

Com um estrondo a porta se fechou novamente.

- Mas que diabos...? Dana, abra a maldita porta! - Todo o bom humor havia se esvaído, ela tocou novamente a campainha, que fazia um som estridente e extremamente irritante.