8.11.09

Capítulo 1

Entrou na sala de seu chefe feito uma bala: rápida e pronta para destruir.

- Que ideia idiota é essa de me mandar fazer terapia?

Markus Petrovsky calmamente murmurou algumas palavras e desligou o telefone pousado em sua mesa. O editor do jornal era um homem bonito, com seus quarenta anos, tinha um físico atlético e sempre se vestia impecavelmente.

- Antes de mais nada: boa tarde, Sienna. E, você precisa sim de terapia, aliás, a julgar pelo jeito como você entrou aqui, a terapia não deu muito certo, hein?
- Eu já disse que te odeio hoje?

Ele a olhou, analisando seu rosto cuidadosamente antes de falar algo, ele conhecia seu temperamento, explosivo como o de uma criança mal criada.

- O que você não entende, Sienna, é que nem todos querem seu mal. Tudo o que faço por você é pelo seu bem, porque eu quero que você seja uma pessoa melhor.
- Se eu tivesse um pai, você teria falado como ele. Ouça, Mark, conversamos depois, não quero que me vejam batendo em você com essa luminária, eu poderia ser presa.
- De novo?

Ela sorriu, não de alegria, mas para confirmar que ela faria aquilo, com certeza. E ele sabia disso. Do mesmo jeito brusco que entrou nala, ela saiu dela, dando uma piscadinha para a secretária de Mark, Sharon.

- Conte tudo para todos, como sempre faz. Ok?

"- Sienna, eu soube do que aconteceu com os seus pais.
 - Então também sabe porque não gosto de falar deles.

Ela hesitou.

- O que aconteceu com você foi terrível.
- Não quero que tenha pena de mim, Dra. Já faz muito tempo."

- Olá, Tracy.

A jornalista se virou, olhando-a entediada.

- Sienna. Aquela garota americana ligou de novo. Onde você estava?
- Longa história, resumindo: Mark me forçou a fazer terapia.