Não ouvira o que Oliver comentara, só sabia que, por algum motivo desconhecido, perdera-se nas lágrimas que a Sra. Vicker não fazia questão alguma de esconder. Ela mesma, nunca derramara uma lágrima por sua mãe, talvez fosse o motivo.
"- Como seu irmão lidou com a morte dos seus pais?
- E como eu deveria saber? Se quer mesmo saber, fale com ele você mesma.
A terapeuta parecia com mais pena do que nunca.
- Também não fala com o seu irmão, Sienna?
- E como isso é da sua conta? O que você sabe sobre mim veio de um dossiê: fichas médicas, meu histórico escolar, currículos, meu passaporte e minha ficha criminal. Não finja que me conhece, doutora. Você não sabe de nada. Não sabe dos meus pais, não sabe do meu irmão e não sabe de mim."
- Senhora Vicker, deve entender que Mary Ann continuava sendo sua filha, não importa a profissão. Dançar não é um trabalho menos digno, exige muito de todas as dançarinas, corpo e mente. Sua filha era uma mulher maravilhosa, tenha certeza disso. - Neste ponto, Rita havia levantado a cabeça e o fluxo de lágrimas, diminuído. - Só nos ajude com alguns detalhes, está bem?
A repórter havia tentado sorrir, mas seus sorrisos fingidos não queriam aparecer, não era a primeira vez que seu corpo não a obedeceu como o esperado.
- O agente Stone fará as perguntas gerais e quando eu fizer as minhas perguntas... Peço que não chore, Sra. Vicker, dificultará as coisas para nós duas.
A senhora assentiu com a cabeça e Sienna olhou para Oliver, que imediatamente, começou as perguntas que tinha preparado. Ela ouviu a todas aquelas interrogações calada, mas extremamente atenta. Foram vinte minutos de interrogatório e a mulher carregava no rosto a expressão de quem poderia explodir em lágrimas a qualquer momento, mas não o fez. Quando o interrogatório de Stone acabou, ela virou-se prontamente para Sienna.
- Sra. Vicker, Mary Ann comentou de algum cliente especial? Alguém que estivesse cortejando-a no trabalho?
- Não, Mary não falava do trabalho em casa.
Sienna suspirou fundo, iam-se muitas de suas esperanças céus a fora.
- E namorados? Ela comentava sobre eles?
- Só os sérios. Me lembro de um ou dois que ela comentou, mas foram bem antes do... Assassinato.
A ruiva abriu a boca para fazer outra pergunta, quando um lindo garotinho irrompeu pela porta e correu para o colo da avó. Cabelos escuros, a pele levemente morena e os olhos cor de mel. Reconheceu o pequeno na hora, sem precisar do comentário que Rita fez depois.
- Este é Nicholas, meu neto. - Ela afagou os cabelos escuros do menino e novamente dirigiu seu olhar para a repórter.
- Sra. Vicker, este menino é filho de Mary Ann Vicker?
Aquilo estava ficando demais para ela, emocional demais. Não entrara naquela jornada para se emocionar, gostava de ser fria, não queria deixar sua indiferença para trás, embora fosse difícil não reconhecer o olhar triste do garotinho. Decidiu não olhá-lo mais.
- Sim. - Ela sorriu. - Lindo, não?
- Sra. Vicker, você ainda se lembra dos nomes destes namorados? - Oliver continuou, vendo que Sienna não respondia aos seus olhares, ela estava apática.
- Talvez. - Ela enrugou a testa. - Um era Johnson...
- Barry Johnson? - Estava estarrecida.
- Sim, Barry Johnson. E o outro era Michael Gonzalez, morreu no ano passado. Me lembro bem, ele era nosso vizinho.
Pela primeira vez o menino se manifestou.
- Michael era legal.
- Ele era, né querido?
Mas ela não ouviu nada posterior a Barry Johnson. Levantou-se e puxou Oliver pelo braço.
- Muito obrigada pela sua colaboração, Sra. Vicker. Enviaremos notícias sempre que surgir algo de novo. - Dizia enquanto empurrava Oliver, a fim de que o homem a acompanhasse enquanto corria daquela casa. - Fique bem, campeão. - Disse para o pequeno que a olhava com curiosidade.
Do lado de fora da casa, Oliver esbravejou.
- Ficou louca, Strife?
- Você sabe quem é Barry Johnson, Stone? Dono de quatro boates em New York, sócio de outras duas. Foi expulso do Red Sign por assediar as garotas e por bater em uma. - Ao olhar para ele, perdeu a paciência. - Por acaso desaprendeu a andar? Vamos lá!
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