18.12.09

Capítulo 11

Ela se arrependeu amargamente de ter dito que ia esperá-lo do lado de fora. As mangas de seu vestido eram longas, mas o tecido não era o bastante para mantê-la aquecida.

"Aquela narcisista ingrata."

Ele a olhou de longe. Era mais teimosa do que uma criança, mesmo com frio, não se movia um milímetro.
Eles entraram no carro e a ruiva se sentiu muito mais confortável, embora, desta vez, não estivesse ligando onde seus braços estavam.

- E então? Aonde você vai ficar?
- Na minha casa. Aonde mais eu iria a essa hora?
- Talvez... Sei lá, que tal pro meu quarto?

Ela sorriu.

- Claro, George.

Ela se inclinou em sua direção, extremamente sensual.

- Eu adoraria.

Por essa ele não esperava.

- Sério?
- Claro. - Ela lhe deu um peteleco.- Que não. Agora deixe de ser idiota e dirija.
- Não se faz isso com um homem.

Ela arqueou as sobrancelhas.

- Vai me dizer que você é sensível? O ex-rebatedor com mais pontos da liga de beisebol britânica?
- Hey, isso é preconceito, sabia?
- Me desculpe. Georgia.

Ela explodiu em gargalhadas.

- Isso não teve graça alguma.

Mas ela não escutou, o murmúrio fora baixo demais.

- Muito bem. Até amanhã.

Ela estendeu-lhe a mão, simplesmente para um aperto de despedida, mas ele a puxou e colocou seus lábios nos dela com ardor. Conforme ele sentia a raiva da ruiva aumentando, ele aumentava a intensidade de seu beijo. Suas unhas, perigosamente compridas e bem cuidadas, se enterraram em seu peito, empurrando-o para longe.

Capítulo 10

- Vão querer algo de sobremesa?

George, instintivamente, olhou para a jornalista.

- Não, obrigada. Só mais uma taça deste vinho.
- O mesmo para mim.

Quando o garçom saiu, ela voltou a encarar seu acompanhante.

- Você acha que sabe de tudo sobre mim?
- Sei que está fazendo terapia. Por exigência de Petrovsky.
- E você com isso?
- Eu? Nada.

Com a taça de vinho nas mãos ela o olhou, desta vez com um pouco de humor nos olhos.

- Você está a fim de mim.

Ele arregalou os olhos com falsa surpresa.

- Aposto que enche o saco do Mark perguntando sobre mim.
- É... Não, eu não faço isso.

Ela sorriu e bebericou da taça.

- Mas sei que você já dormiu com ele.

Sua surpresa foi tanta que ela quase se engasgou com o vinho.

- E não foi uma só vez.
- Isso é porque você não fica perguntando por mim. - Novamente seu tom de voz se tornara zangado, era ainda mais bela deste jeito.

Levantara-se de súbito, deixando-o sozinho e surpreso na mesa.

- Até mais, nos vemos amanhã.

Mais rápido que ela, Geoge deu a volta na mesa e a segurou pelo braço, levando-a até a mesa novamente, sem que a forçasse muito.

- Você é um grosso! Ela sibilou, de alguma forma aquilo lhe atiçara os sentidos.
- Pode ter certeza. Você não vai levantar esse traseiro daí até eu terminar o meu vinho.
- Muito bem.

Ela tomou o vinho de suas mãos, bebendo-o em um só gole.

- Agora... Vamos.

Ele a olhou estupefato enquanto ela se levantava e dava a volta na mesa.

- Pague a conta, estou te esperando lá fora.