Exatamente às 9 horas ela ouviu a buzina de um carro em frente ao seu prédio.
- Ele só pode estar brincando!
Ela correu para a janela com o gato cinza em seus calcanhares.
- O que você quer?
Ele olhou pra cima aparentemente surpreso.
- Plantar margaridas. Esqueceu do nosso encontro?
- Céus, você estava falando sério? - Seu tom soou zangado, até demais.
- Óbvio que sim.
Ela murmurou um palavrão e saiu atropelando os móveis na pressa para se arrumar. O primeiro vestido que viu foi o que vestiu, e as botas de cano alto eram as que estavam mais à mão. Quando ele buzinou ela soltou uma série de palavrões ininteligíveis.
- Tchau, Nietzsche. Seja um bom garoto e me espere acordado. Ela piscou para o gato e saiu pela porta.
Ao chegar lá embaixo, George estava encostado em seu cupê vermelho.
- Você sabia que a maioria das pessoas que têm um carro desse são mulheres ou caras na crise da meia idade?
- Boa noite pra você também, Sienna.
Ela se acomodou no banco do carona.
- Mas e aí? Você é gay ou está em crise?
Ele lhe deu um sorriso reluzente.
- Nem um nem outro. A propósito, bonito decote.
- Obrigada.
- 44, hein?
- Só dirija, George. - Cruzou os braços por cima dos seios, em um gesto de puro desafio.
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12.12.09
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