12.12.09

Capítulo 7

Exatamente às 9 horas ela ouviu a buzina de um carro em frente ao seu prédio.

- Ele só pode estar brincando!

Ela correu para a janela com o gato cinza em seus calcanhares.

- O que você quer?

Ele olhou pra cima aparentemente surpreso.

- Plantar margaridas. Esqueceu do nosso encontro?
- Céus, você estava falando sério? - Seu tom soou zangado, até demais.
- Óbvio que sim.

Ela murmurou um palavrão e saiu atropelando os móveis na pressa para se arrumar. O primeiro vestido que viu foi o que vestiu, e as botas de cano alto eram as que estavam mais à mão. Quando ele buzinou ela soltou uma série de palavrões ininteligíveis.

- Tchau, Nietzsche. Seja um bom garoto e me espere acordado. Ela piscou para o gato e saiu pela porta.

Ao chegar lá embaixo, George estava encostado em seu cupê vermelho.

- Você sabia que a maioria das pessoas que têm um carro desse são mulheres ou caras na crise da meia idade?
- Boa noite pra você também, Sienna.

Ela se acomodou no banco do carona.

- Mas e aí? Você é gay ou está em crise?

Ele lhe deu um sorriso reluzente.

- Nem um nem outro. A propósito, bonito decote.
- Obrigada.
- 44, hein?
- Só dirija, George. - Cruzou os braços por cima dos seios, em um gesto de puro desafio.