27.4.10

Capítulo 37

Oliver encarou ambas as mulheres completamente mudo. Quando as duas se encararam, ele pensou que faíscas iriam se espalhar, mas seria surreal demais. Ambrosio murmurou alguma coisa sobre mostrar a cena do crime e ele a seguiu, consciente de Sienna estar seguindo seus passos, pois os ouvia, pesados e ritmados. Falaria com ela quando estivessem a sós, por agora ele se concentraria na nova vítima.

A inspetora os levou até o corpo da mulher, devia ter trinta anos, estava deitada, nenhuma expressão no rosto.

- Ela foi estrangulada, afora as marcas do pescoço e as inscrições numéricas no antebraço ela não apresenta nenhuma outra marca  no corpo.

Oliver se acercou do corpo, olhando-o de perto.

- Nome?
- Georgia Lennox, 31 anos. Trabalhava como assistente administrativa da Gray's.

Sienna mantinha-se afastada, apenas tomando notas.

- Família ou amigos?
- Só a melhor amiga, foi quem achou o corpo e nos ligou imediatamente.
- Há quanto tempo ela morreu?
- Pelo nosso legista, aproximadamente à meia noite, nós encontramos o corpo às quinze horas.
- Pelo seu horário ou pelo meu?

Ela deu de ombros. - Faça as contas você mesmo, não quer que eu facilite até isso, quer?

Sienna riu.

- Você foi obrigada a trabalhar conosco! - Ela sorria ironicamente, regozijando-se com o olhar fulminante que a jovem inspetora lhe dirigia.

Amy suspirou e cruzou os braços.

- Vou tomar um café, pergunte o que quiser ao legista e àquela moça que está logo ali, ela achou o corpo.

Sienna observou Amy sair do apartamento e Oliver se dirigir à amiga, que tremia e tinha os olhos vermelhos.

"Bom, parece que o legista sobrou pra mim", ela foi direto ao médico.

- Sienna Strife. - Ela acenou com a cabeça. - Eu queria fazer algumas perguntas sobre o cadáver.
- Prazer, Dr. Gold. E claro, faça as suas perguntas.

Ela suspirou, não gostava de cadáveres.

- A causa da morte foi estrangulamento, certo?
- Certo.
- Com o que ela foi estrangulada, especificamente?

Ele se abaixou e removeu o véu que cobria o rosto de Georgia.

- Vê estas marcas? Foi algo fino, mas muito resistente. Não deixou nenhuma fibra aparente, mas terei mais informações quando levá-la para o laboratório.

"Claro que sim", ela estava desanimada.

- As inscrições foram feitas com... - Ela puxou pela memória. - "Uma lâmina fina e de corte preciso"?
- Sim.
- Uma faca ou um bisturi?

O homem pareceu pensar por uns momentos.

- Me parece improvável que uma faca possa causar cortes tão limpos, mas o bisturi é muito plausível, além de ser compatível.
- Alguma peculiaridade? Alguma coisa fora do comum?

O homem passou a mão pela barba, tinha uma expressão estranha no rosto. Ele pegou o braço da morta e a chamou, com relutância, ela se abaixou junto a ele.

- Vê as unhas?

Ela arregalou um pouco os olhos.

- Cortadas?
- É o que parece.

Ela se levantou, saindo do apartamento com o maço de cigarros nas mãos.

- A primeira que reage, a primeira! E ele corta as unhas da infeliz. Esse cara é um desgraçado!

A jornalista acendeu o cigarro e tragou lentamente.