17.5.10

Capítulo 49

Ele cuspiu no rosto da inspetora, ela recuou, de olhos fechados e bateu na parede. Sienna apertou a mão de Oliver quando ele tentou sair, ela segurou as duas mãos dele.

- Ela não precisa de você toda hora! Sossega e assiste essa merda, se eu tiver que te segurar de novo te amarro  nessa cadeira aqui, ouviu?
- Você não manda em mim, Sienna!

Ela arregalou os olhos quando ele gritou, mas não o soltou.

- Você vai arruinar o interrogatório dela, quer mesmo que ela te culpe por isso? Suas chances de sair com ela vão ficar bem mais reduzidas.

Ele suspirou e voltou a olhar pelo vidro. Ela já havia limpado o rosto e pressionava o rosto do médico contra a mesa.

- Quem tem o poder sou eu, Theo. Eu estou te segurando aqui! - Ela o pressionou com mais força, estava fora de controle

Sienna olhava a cena indiferente.

- Strife, vá até lá.
- O quê? Por quê? Eles estão se entendendo, olha!
- Se eu for lá vou fazer pior. Vá até lá.
- Se eu entrar lá ela vai fazer isso comigo! Não quero um rosto deformado.
- Strife, por favor.

Ela sorriu.

- Eu não acredito que eu vou entrar lá, você me deve um favor bem grande. - Ela respirou fundo e saiu, chegando na outra sala logo depois. - Olá, Theo, ocupado apanhando de uma garota?

Quando ela chegou na sala, Amy o soltou, empurrando a cadeira onde ele estava sentado para longe.

- Que bom que chegou, Strife. Eu estava dando as boas vindas da casa para o Theo. - Ele bufou. - Não posso te chamar de Theo? Na prisão será pior, você será só um número.
- Gosto de números. - E sorriu. - São lindos, místicos.

Milhões de palavras passaram pela sua cabeça em pouquíssimos segundos. Números, misticismo, características, personalidade, regência, constelações, numerologia. Números e letras. Só podia ser isso, como não vira a relação antes? Era tão idiota.

- Claro que gosta. eles são precisos, práticos assim como você acredita ser.
- Pena que ele não é nada disso.
- Tem razão Ambrosio, ele é tão patético. Todos os homens são, não acha? Sempre sedentos de poder...
- Mas sempre subjugados por nós, mulheres.

As duas caminharam até ele, quando o médico tentou se levantar, a inspetora o empurrou de volta.

- Não, não, Theo. Nós mandamos aqui.
- Vocês acham que mandam! - Ele cuspiu as palavras com nojo. - Sexo frágil. M-U-L-H-E-R. Número 3, frágil, sonhadora, otimista até demais. Pedantes, prepotentes. Vivendo uma ilusão de poder, como a que vocês têm! Só servem para nos servir na cama ou como troféus, de resto, são inúteis!
- Você realmente acha isso, Theo? Então o que você vai fazer comigo? - Sienna segurou o rosto dele com uma mão. - Vai me dar uma lição? Me estrangular até a morte como fez com as outras mulheres? Eu sou a prepotente aqui? E você? Tão cheio de si, nem pensou em pedir um advogado! O que você vai fazer comigo, Theodore? - Ela gritou.

Ele chegou o rosto bem perto do dela, suas bocas quase se roçando.

- Eu vou te mutilar viva, inscrever seus números, até você gritar, e quando você não aguentar mais eu vou enrolar um fio na sua garganta e ver você lutar por ar. Ver sua vida se esvaindo enquanto a resistência vai desaparecendo rapidamente.

Ela viu o brilho selvagem nos olhos dele e sentiu suas pernas tremerem, só se afastou quando Amy o algemou e o levou embora. Sienna se sentou e respirou fundo. Foi o que aconteceu com Mary Ann, ela sofreu daquele jeito. Pareceu que anos haviam se passado quando Oliver entrou na sala.

- Você está bem?

Ela olhou para cima e viu Amy entrar.

- Sienna, ele não te atingiu, atingiu?

Ela se levantou, suas pernas ainda tremiam, mas ela sorriu.

- Aquele babaca? Nunca. Agora se me dão licença, eu preciso escrever um artigo que me renderá uma boa promoção. Ah, esqueci, eu me demiti. - Ela parou e olhou para os lados. - Querem continuar aquela cerveja? Eu pago.

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