1.12.09

Capítulo 3

- Para a minha sala. Agora.

Ele esperou que ela se levantasse e seguisse na frente, caminhando logo atrás dela que remexia as curvas de seu corpo propositadamente. Ela gostava de brincar com Mark. Ela gostava que ele se sentisse atraído por ela. Ela gostava muito de jogos.

Ela também se lembrava de que, além de seu chefe, ele era seu amante.

Sentando-se na cadeira de frente para a mesa dele, ela cruzou as mãos sobre o colo e elevou o queixo, pronta para argumentar. Depois de se acomodar, Markus a encarou profundamente. Suas feições delicadas e a pele muito pálida a fazia parecer frágil, mas ele sabia muito bem como aquela aparência enganava, como ele sabia.

- Sienna, você sabe o que está me pedindo?
- Sim. Sei exatamente o que estou lhe pedindo. Estou pedindo para fazer um trabalho de campo.

Ele suspirou, como um pai cansado que tenta explicar a uma criança teimosa porque o sol brilha.

- E você sabe o que isso pode lhe causar, não sabe? Isso pode colocar a sua vida em risco.
- Markus, não sou uma boneca. Me criei em Londres e me virei muito bem em New York, tenha certeza que sei dos perigos do mundo. Mas sabe que sou uma boa jornalista e também sabe que tenho potencial para, ao invés de falar sobre saltos e os milhões de tipos de sorriso diferentes, investigar um serial killer.

Sim, ele sabia.

- Muito bem. A partir de hoje você escreverá sobre esse demente. E quando precisar...
- Um passaporte. Vou precisar de um passaporte.
- Mas...
- O meu está expirado. E digamos que não sou bem vinda em New York.
- O que tem em New York?

Ela arqueou uma sobrancelha, desdenhosamente.

- Contatos, Mark, contatos.

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