Ela tomou as fotos nas mãos pequenas. Eram quatro fotos de crimes recentes e as outras cinco com variáveis do modus operandi. Na barra das fotos estavam os nomes e as idades das vítimas. Ela deixou a agenda de lado e se concentrou somente nas fotos.
Eram chocantes, sem dúvida, e foram tiradas de um ângulo impiedoso e cruel, afinal o fotógrafo era imparcial, somente um observador externo, mas ela quase sentia a dor daquelas mulheres. Quase sentia a lâmina marcando seu corpo nu. As fotos começaram a girar e Sienna teve de piscar os olhos com força para que não saíssem de foco.
Começou a anotar os nomes e os números marcados. Ele parecia não ter preferência de cor ou local, eram vítimas variadas, sem padrão algum. As cinco primeiras vítimas não lhe interessavam, somente as mais recentes. Eram quatro mulheres jovens, tão diferentes.
- Agente Stone, acha que pode estar lidando com algum imitador? - Não tirava os olhos da última foto. - As marcas que o Assassino 1 deixou nas mulheres eram nas costas, o Assassino Da Meia Noite deixa marcas nos braços. - Ela observou a sequência: - Veja: no antebraço.
- Não. - Ele balançou a cabeça negativamente - O antebraço é mais macio, mais visível. - Deu a volta na mesa e pegou uma das fotos da mão da repórter. - Veja, a partir da terceira vítima, as marca se sucederam no antebraço.
- Algo mudou, ela murmurou para si.
Psicopatas não mudam de hábitos do nada, algo havia mudado.
- Sim, algo mudou, mas uma vez que não sabemos quem ele é, não podemos estabelecer o que mudou.
Pôs as fotos de lado e se concentrou no agente.
- Vocês traçaram um perfil?
- Homem, de 30 a 50 anos, provavelmente tinha uma grande proximidade com a mãe. Pela maestria com as lâminas pode ter sido um açougueiro, enfermeiro ou até um médico. Branco, deve ter boa aparência, é metódico, centrado e extremamente organizado.
Ela anotava as informações com empenho, pensando cada vez mais.
- Se conseguir novas pistas, promete me ligar?
Ele ergueu uma das grossas sobrancelhas castanhas.
- E por que eu faria isso?
- Eu iria ao seu encontro.
- Xeretar a investigação?
- Exatamente.
- E por que eu iria querer uma abelhuda como você no meio da minha investigação?
Ele sorria, sarcástico.
- Porque o FBI não conseguiu desvendar o caso sem abelhudas como eu, talvez uma intervenção seja necessária, não acha?
Ela sorriu e saiu pela porta batendo seus stilettos.
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28.3.10
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